Presidente do BB culpa crianças pobres pelos problemas na Educação
A velha mania de colocar o fracasso escolar nos filhos dos menos favorecidos
O presidente do
Banco do Brasil, Rubem Novaes, comprou a tese do isolamento vertical.
Em um grupo de WhatsApp, explicou seu darwinismo social. “Muita
bobagem é feita e dita, inclusive por economistas, por julgarem que
a vida tem valor infinito. O vírus tem que ser balanceado com a
atividade econômica”, afirmou.
Questionado, Novais
relatou que a quarentena “causará depressão econômica com
efeitos piores que os da epidemia”.
Em março, o
repórter Vinícius Segalla assinou no DCM uma matéria sobre uma
palestra de Novaes em que os ouvintes eram membros do conselho
técnico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo (CNC).
O executivo afirmou
que a má colocação do Brasil em rankings internacionais de
educação se devia às crianças.
Segundo Novaes, os
meninos e meninas oriundos de famílias pobres é que são o
verdadeiro problema do sistema de ensino do país. “Muitos dos
filhos assim nascidos são fruto de gravidez não programada e
indesejada. É politicamente incorreto, pode parecer elitista e de
mau gosto, mas é forçoso reconhecer que escolas e professores não
podem fazer milagres diante de uma multidão de estudantes com sinais
evidentes de deficiência cognitiva para aprendizados mais
complexos”.
Em tempo: suspensão de quarentena não impediria recessão
João Sicsú, economista da UFRJ (foto: Valter Campanato/ABr) |
Proposta por Jair
Bolsonaro, a suspensão da quarentena não estancaria as perdas
econômicas previstas com a pandemia do coronavírus, que provoca a
doença Covid-19. A avaliação é de João Sicsú, professor do
Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ).
“A economia
brasileira terá uma queda acentuada com a população em quarentena
ou com todos trabalhando e voltando às aulas. A experiência dos
países que entraram atrasados na quarentena mostrou que o vírus se
dissemina rapidamente. Assim, se todos voltarem ao trabalho, em breve
milhões estarão doentes e as empresas, escolas e universidades
serão obrigadas a fechar suas portas por falta de empregados,
consumidores, estudantes e professores”, ressalta o professor.
De acordo com Sicsú,
“não há escapatória” para as perdas econômicas. “A economia
já perdeu. Resta saber se vamos perder também vidas ou não”,
afirma. Destaca, ainda, que as perdas econômicas podem ser
amenizadas com a liberação de dinheiro para ajudar empresas e
trabalhadores, além dos mais pobres e miseráveis. Para garantir
esses recursos, diz, o governo pode aumentar sua dívida ou imprimir
dinheiro. “Ainda que em quarentena, [as pessoas] saberão irrigar a
economia com os seus recursos”, avalia João Sicsú.
O professor
qualificou a proposta de Bolsonaro de suspender a quarentena de
“tresloucada”. “Apenas impõe um sofrimento maior para a
população. Jamais conseguiria estancar as perdas econômicas.
Imaginem o que aconteceria com a economia da Itália se continuassem
desacreditando na voracidade do coronavírus”, comentou. Sicsú foi
diretor de Políticas e Estudos Macroeconômicos do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2011.
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