Vestibular Indígena na Unicamp

Datas de inscrição (15/8 a 14/9) e da prova (2/12) estão confirmadas

Edital ainda será divulgado

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vai realizar, a partir deste ano, além do vestibular tradicional, outras formas de ingresso para os cursos de graduação, como o Vestibular Indígena, as vagas das cotas étnico-raciais, vagas para medalhistas em olimpíadas de conhecimento e as vagas para ingresso via Enem.

O edital do Vestibular Indígena ainda será divulgado. Entretanto, as datas de inscrição (15/8 a 14/9) e da prova (2/12) já estão confirmadas.


As provas devem ser realizadas nas seguintes cidades: Recife (PE) e Manaus (AM), São Gabriel da Cachoeira (AM), Campinas (SP) e Dourado (MS).

Unicamp e a inclusão

Duas ações ocorridas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) marcaram uma importante etapa na direção de maior inclusão de estudantes indígenas nos cursos de graduação da instituição. Além de um workshop promovido pela Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), sobre a experiência de dez anos da Universidade Federal de São Carlos (UFsCar) na aplicação de um vestibular indígena, foi assinada a portaria que cria o Grupo de Trabalho (GT) “Inclusão Indígena na Unicamp”. O GT, com representação de alunos, professores e pesquisadores da Unicamp, deverá propor estratégias de acolhimento e acompanhamento dos estudantes indígenas que ingressarão a partir desse ano, por meio do primeiro vestibular indígena da universidade de Campinas.
Duas representantes da UFsCar, Tainá Veloso Justo (da coordenadoria de ingresso na graduação) e Thaís Palomino (da coordenadoria de relações étnico-raciais da Secretaria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade) realizaram o workshop “Vestibular Indígena”, que objetivou trocar experiências entre as duas universidades.
As representantes da UFscar apresentaram o panorama de dez anos e 11 vestibulares indígenas aplicados pela universidade. A partir dos dados, elas abordaram a experiência tanto em relação ao ingresso dos povos indígenas, quanto à permanência e relacionamento com a comunidade universitária.
Foto: Ricardo Adorno (Unicamp)
Pedagoga Thaís Palomino, da UFsCar
Segundo Thaís Palomino, que também é pedagoga e trabalha diretamente no acompanhamento dos estudantes indígenas, o diálogo constante é importante:
- Estamos com 42 povos indígenas diferentes e não seria possível o trabalho e a integração sem muito diálogo, diante de um universo tão diverso. Essa é a base: construindo, revisando e tendo uma relação bem aberta”, explicou.
Thaís Palomino defendeu ainda a necessidade de romper a ideia de que apenas a universidade ensina. “Os estudantes vem ensinando muito à universidade. Não é apenas a universidade que detém o conhecimento. Essa é uma via de mão dupla, pois aprendemos cada vez mais não só a acolher, como a valorizar os saberes desses povos indígenas. Eles também produzem ciência, que também tem base na observação. O registro deles, por exemplo, tem uma marcação diferente, mas assim como nós, eles também fazem registro da ciência produzida nas comunidades. Além disso, a universidade está tendo a oportunidade de formar novos campos de pesquisa. Já temos estudos de línguas indígenas, que não aconteceriam se não tivéssemos povos indígenas na UFsCar. Um exemplo são as ações em saúde nas terras indígenas, que estão possibilitando que nossos pesquisadores dessa área tenham uma formação mais completa e condizente com a realidade brasileira”, relatou.
Sobre os cursos mais procurados pelos estudantes indígenas na UFsCar, Tainá Veloso contou que são principalmente aqueles das áreas de educação e da saúde, considerados por eles como mais estratégicos, na medida em que podem aplicar o conhecimento nas comunidades. “Se você tem um estudante indígena formado em um campo da saúde, você tem um profissional com um conhecimento ampliado, que possui as duas linguagens e pode trabalhar de duas formas distintas”, disse Tainá.

Vestibular unificado

De acordo com o coordenador executivo da Comvest, José Alves de Freitas Neto, a parceria com a UFsCar consiste em fazer um vestibular unificado, tendo um processo conjunto até a etapa das chamadas, que serão simultâneas.
- Essa dinâmica tem o objetivo de facilitar o processo para os estudantes indígenas, que prestarão uma única prova, elaborada pela Unicamp, e poderão escolher entre as diversas opções de cursos das duas universidades”, afirmou.
José Alves frisou ainda que “a parceria nos traz uma importante experiência anterior, que possibilita nos apropriarmos desses conhecimentos e oferecer o melhor processo possível, tanto na elaboração da prova como durante o percurso acadêmico desses estudantes na Unicamp”.
+ Da redação com informações do site da Unicamp (www.unicamp.br)

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