Governo deve democratizar a Cultura do Rio
Fundo Estadual de Cultura
Estado espera lançar editais ainda este ano
Criado
pela Lei 2.927/98, o Fundo Estadual de Cultura já conta com
aproximadamente R$ 3 milhões, mas esses recursos ainda não estão
sendo aplicados. O fundo foi regulamentado, por meio do decreto
46.012/17, pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC). No entanto, o
órgão está trabalhando na criação de um novo decreto para
especificar a utilização dos recursos do fundo. Com o intuito de
apresentar propostas ao futuro decreto, a Comissão Especial para
acompanhar os cumprimentos da lei da Assembleia Legislativa do Estado
do Rio de Janeiro (Alerj), conhecida como Cumpra-se, realizou uma
audiência pública nesta sexta-feira.
Segundo
o presidente da comissão, deputado Carlos Minc (PSB), é necessário
estabelecer um percentual de transferência de verbas entre o Fundo
Estadual de Cultura e os fundos municipais. O parlamentar também
defendeu que exista uma prioridade para utilização dos recursos do
fundo em áreas que atualmente tenham baixa produção cultural, além
de sugerir que seja regulamentado o repasse de verbas ao Conselho
Estadual de Cultura.
Os
recursos do fundo são provenientes, sobretudo, de doações e
patrocínios de empresas privadas. Ao menos 60% da verba do fundo
devem ser utilizados no interior fluminense. Também existe um comitê
gestor para analisar o funcionamento do fundo. “Esse dinheiro é
fundamental para a produção cultural do Rio. A lei já existe há
20 anos, mas estou otimista que a regulamentação total do fundo
aconteça ainda em 2018. Todas as pessoas presentes na audiência
defenderam que haja um repasse mínimo entre o fundo estadual e os
fundos municipais de cultura, além de recursos para o Conselho de
Estado de Cultura”, afirmou Minc.
A
subsecretária adjunta de Planejamento da SEC, Carla Pretti, afirmou
que a pasta trabalha muito para que ainda este ano saiam os primeiros
recursos do fundo.
- Os
editais para analisar os projetos não dependem do novo decreto. Este
novo documento só vai estruturar um pouco melhor o fundo e todos os
outros mecanismos de geração de recursos para a cultura. Mesmo não
tendo muito dinheiro, o fundo já conta com R$ 3 milhões e acredito
que possamos lançar editais ainda este ano”, disse Carla.
De
acordo com a norma que criou o fundo, o prazo para que os produtores
culturais enviem projetos no primeiro semestre é até o dia 31 de
maio, que teria que ser estendido pela SEC para que os recursos já
pudessem ser utilizados no segundo semestre. Já o prazo para envio
de projetos no segundo semestre é até o dia 30 de setembro.
Fundos municipais
(Fotos: Octacílio Barbosa/Alerj)
O músico Daniel Guerra e a arte educadora e ex-secretária de
Cultura do PT Morgana Eneile participaram da reunião
Presente na reunião, a arte
educadora Morgana Eneile, afirmou que o fundo é uma maneira
democrática de repassar recursos à cultura fluminense. “Para a
utilização do fundo, todos os projetos precisam passar por um
edital, que é analisado pelo Conselho Estadual de Cultura. As
empresas também não podem escolher qual projeto apoiar, já que
muitas prefeririam os grandes artistas, que já dispõe de muitos
recursos. O fundo vai democratizar a cultura do Rio”, explicou.
Morgana Eneile participou como debatedora, no Dia da Inconfidência, do debate 'Cultura & Educação: A Melhor Intervenção', realizado pelo Bloco Mercado Harmonia.
Morgana Eneile participou como debatedora, no Dia da Inconfidência, do debate 'Cultura & Educação: A Melhor Intervenção', realizado pelo Bloco Mercado Harmonia.
Também
esteve presente na reunião o presidente do Fórum Brasileiro de
Secretários Municipais de Cultura, Marcelo Bravo. Ele defendeu um
repasse de, ao menos, 30% dos recursos do Fundo Estadual de Cultura
aos fundos municipais de cultura. Atualmente, segundo dados da SEC,
somente oito municípios fluminenses têm fundo próprio.
- É
fundamental fortalecer as estruturas municipais, que estão mais
próximas à população local. Por isso, defendi um percentual alto
para os fundos municipais. Assim, as cidades vão ter um incentivo
maior para estabelecer e estruturar seus próprios fundos”, afirmou
Bravo.
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