Professores da rede privada de SP vão parar na 3ª f
Paralisação é por direitos trabalhistas
Sinpro-SP: 'Não descartamos greve geral!'
Os
professores das escolas particulares de São Paulo decidiram por mais
uma paralisação de 24 horas na próxima terça, a fim de pressionar
os empresários a renovar integralmente a Convenção Coletiva da
categoria, que assegura direitos conquistados ao longo de anos de
lutas e negociações.
Na
última quarta-feira, os docentes realizaram paralisação em 37
escolas, mobilizando mais de 3.200 profissionais na capital paulista.
A decisão sobre mais um dia de greve foi tomada em assembleia
realizada no mesmo dia no Sindicato dos Professores de São Paulo
(Sinpro-SP), com participação de representantes de 113 escolas de
diferentes regiões da cidade.
Ato no Masp
Ato no
final da quarta-feira, no vão livre doMuseu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), na avenida Paulista,
contou com professores, alunos, pais e funcionários de escolas.
Sindicalistas de outras categorias manifestaram solidariedade ao
movimento. Também houve protestos na região do ABC, Santos,
Guarulhos, Osasco e outras partes do Estado.
Para o
professor Luiz Antonio Barbagli, presidente do Sinpro-SP, os atos
mostraram que a mobilização cresce a cada dia. Ele critica a
intransigência patronal: “Não querem conversar. Os patrões acham
que podem tudo com a nova lei trabalhista. Mas não é assim. Eles
não podem tudo e a categoria vai mostrar isso”. A meta principal é
manter as garantias da Convenção Coletiva. “Vamos continuar
mobilizados. Não descartamos uma greve geral”, afirma.
Os
docentes buscam manter conquistas como 30 dias de recesso no final do
ano (os empresários querem reduzir para 23 dias) e duas bolsas de estudo
para os filhos (redução para uma em escolas com menos de 200
alunos). Também lutam contra o fim (ou a inviabilização) da
garantia semestral de salários (que regula o valor recebido em caso
de demissão), das férias coletivas e a possibilidade de redução
salarial, por meio de acordo individual.
Lídia
Henrique Mendes foi docente e diretora de escola particular. Ela, que
é mãe de professora e avó de aluno, apoia a luta. “Defender o
professor, defender a educação é defender o direito humano, o
direito do cidadão. Hoje nós estamos aqui porque somos solidários
a quem educa nossos filhos e netos”, diz.
Para a
mãe de aluno Ana Cotrim, “manter os direitos dos professores é
preservar a qualidade do ensino, é dar condições aos educadores de
se preparar melhor – essa luta deve ser abraçada por todos”.
A
estudante Luana Roque apoia os professores para, segundo ela,
“preservar o futuro da educação. Todos ganham com a
valorização dos educadores”, arremata.
De
acordo com Silvia Bárbara, diretora do Sinpro-SP, o movimento deve
ganhar força e mais escolas podem aderir aos protestos na próxima
terça. “Nossa luta é para manter direitos básicos, praticados há
mais de vinte anos”, afirma.
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