Professores de escolas particulares de SP protestam contra retirada de direitos
Docentes
resistem às mudanças na convenção
coletiva que retiram direitos
Alunos da rede particular foram às ruas para dar apoio à paralisação dos professores
SÃO PAULO – Professores da rede particular de São Paulo paralisaram
aulas e atividades de 98 escolas da capital, nesta terça-feira (29).
As mobilizações são parte dos protestos dos docentes contra
mudanças na convenção coletiva que os donos de escolas tentam
impor, embalados pela "reforma" trabalhista (Lei 13.467,
implementado em novembro).
As
mobilizações foram organizadas principalmente em colégios
dirigidos por integrantes da diretoria do Sindicato dos
Estabelecimentos de Ensino no Estado (Sieesp) – a entidade que
representa o setor patronal. "A gente fez uma mobilização
maior nas escolas que são de propriedade dos dirigentes sindicais
patronais, que são obstáculos nas negociações, como o Colégio
Albert Einstein e o Colégio Padre Anchieta", relata o professor
José Salvador Faro, do Sindicato dos Professores de São Paulo
(Sinpro-SP).
Durante
a manhã, aulas públicas e rodas de conversas em diversos pontos da
capital paulista, como o Parque Água Branca e o Largo da Batata, na
zona Oeste, e no Parque Trianon, localizado na região central,
compõem o dia de mobilização dos professores na defesa de sua
convenção coletiva.
Reivindicações
A
principal pauta dos docentes é a manutenção dos direitos
adquiridos pelos docentes em anos de negociação e lutas e firmados
em 64 cláusulas que compõem a convenção coletiva. Com a entrada
em vigor da "reforma" trabalhista, em 2017, os donos de
escolas suspenderam sua renovação, que deveria ter ocorrido em
fevereiro. De acordo com os professores, os empresários querem
alterar cerca de 20 pontos no acordo.
"São
questões que surgiram na onda revisionista da reforma trabalhista.
Nós não aceitamos e queremos as convenções coletivas mantidas e
os direitos aperfeiçoados, não reduzidos. Há mudanças sob o
argumento das finanças, o que não é verdade, porque a convenção
não afeta a receita da escola de nenhuma maneira. A escola tem a
receita através das mensalidades dos alunos por 12 meses. Portanto,
se o recesso escolar diminui ou aumenta isso não implica em aumento
de custos. O argumento dos empresários é falacioso", afirma
Faro.
O
dirigente disse também que as alterações tratam de pontos como o
recesso escolar, duração das férias, irredutibilidade salarial e
garantia semestral de salários. "O professor que é demitido no
meio do semestre tem a garantia de receber o salário até o final do
semestre, já que eles não encontram emprego enquanto esse período
letivo estiver em andamento. Isso evita demissões de maneira
arbitrária. Eles querem alterar os critérios que garantem esse
direito ao professor: que só os docentes com mais de cinco anos no
emprego teriam direito a isso. Essa medida pode instaurar um regime
de rotatividade da mão de obra que penalizaria os professores",
critica.
O Sinpro
diz que ainda não há previsão para um acerto entre as partes, já
que os empresários "se mantêm irredutíveis". A
expectativa é de que o acordo seja costurado com mediação do
Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Da Rede Brasil Atual - RBA - (http://www.redebrasilatual.com.br/)
Comentários
Postar um comentário